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Algoritmos: O que fazem? Onde vivem?

É muito provável que você escutou a palavra algoritmos várias vezes. E, se não for da área de tecnologia / programação, existe uma chance de não saber do que se trata. Neste artigo, vamos tentar minimizar as dúvidas.

Começando pela definição, algoritmos são um conjunto de instruções bem definidas e sequenciais, projetadas para resolver um problema ou realizar uma tarefa específica. São a base da computação e estão presentes em todas as áreas da ciência da computação e da programação.

Mas não é apenas no universo digital que os algoritmos estão presentes. Também são utilizados em várias áreas, como na matemática, na biologia (por exemplo, para sequenciamento genético), na economia (modelos financeiros), entre outras.

No livro Algoritmos, os autores José Augusto Manzano e Jayr Figueiredo de Oliveira utilizam o exemplo da receita culinária. Segundo eles, toda receita é dividida em dois blocos de ação:

> Ingredientes – definição dos dados a serem usados e suas quantidades.
> Modo de preparo – programa de ação e sequência das atividades.

Seguindo o roteiro dos ingredientes e do modo de preparo, qualquer pessoa consegue preparar a refeição sem muitas dificuldades. Dessa forma, um problema foi solucionado em uma sequência finita de etapas. A receita é o algoritmo.

“Na atividade de programação de computadores há etapas de trabalho semelhantes às de uma cozinha. O programador de computador é, de certa forma, um ‘mestre-cuca’ da programação, pois prepara o programa a ser utilizado por uma pessoa denominada usuário. O usuário quer consumir, usar um programa como alguém que entra em um restaurante e deseja comer um alimento. Ele não está preocupado com a maneira como o alimento foi preparado (ou como um programa de computador foi escrito), simplesmente quer usá-lo.”

Características dos algoritmos

Já que são um conjunto de instruções, os algoritmos têm características essenciais:

> Precisão: devem ser claros, precisos e sem ambiguidade.
> Finitude: devem ter um número finito de passos.
> Eficiência: devem ser executados em um tempo razoável.
> Entrada/Saída: devem ter entradas bem definidas e produzir resultados esperados.

Agora, a pergunta mais importante: Como os algoritmos impactam a vida do usuário da internet?

No dia a dia, os algoritmos têm um impacto significativo na vida dos consumidores, sobretudo na oferta de produtos e serviços personalizados, na melhoria da eficiência e na tomada de decisões mais precisas.

Alguns dos impactos mais comuns, que certamente você já percebeu:

> Recomendações personalizadas: plataformas de streaming de vídeo, música, comércio eletrônico e redes sociais usam algoritmos para analisar o comportamento do usuário e oferecer recomendações personalizadas. Isso influencia as escolhas dos consumidores, exibindo conteúdo ou produtos relevantes, com base em seus interesses e histórico de interações.
> Experiência de compra online: algoritmos são usados em plataformas de comércio eletrônico para otimizar a experiência do usuário, fornecendo recomendações de produtos, sugerindo itens complementares e até ajustando preços com base no comportamento do consumidor e na demanda.
> Publicidade direcionada: as empresas utilizam algoritmos para segmentar anúncios com base nos interesses e comportamentos dos consumidores. Isso pode levar a anúncios mais relevantes, aumentando a probabilidade de conversão.
> Assistência virtual e chatbots: algoritmos de processamento de linguagem natural (NLP) são empregados em assistentes virtuais e chatbots, para fornecer suporte ao cliente, responder a perguntas e ajudar na resolução de problemas, oferecendo uma experiência personalizada e eficiente.
> Personalização de conteúdo: plataformas de notícias, blogs e redes sociais utilizam algoritmos para personalizar feeds de notícias, exibindo conteúdo relevante com base nos interesses e preferências do consumidor.
> Serviços de navegação e transporte: algoritmos de mapeamento e navegação são utilizados em aplicativos de GPS e transporte para encontrar rotas otimizadas, prever o tempo de chegada e oferecer orientações em tempo real.
>Avaliação de crédito e risco: algoritmos são usados por instituições financeiras para avaliar a pontuação de crédito e o risco de um consumidor, impactando sua capacidade de obter empréstimos, cartões de crédito e taxas de juros.
> Cuidados de saúde: algoritmos são empregados em sistemas de saúde para auxiliar no diagnóstico médico, análise de imagens, identificação de padrões em dados clínicos e até mesmo no desenvolvimento de tratamentos personalizados.
> Prevenção de fraudes: algoritmos são usados para identificar atividades suspeitas e prevenir fraudes em transações financeiras online, protegendo os consumidores contra roubo de identidade e transações fraudulentas.

Algoritmos na prática

Para exemplificar, alguns cases:

> Recomendações da Netflix: a Netflix é conhecida por seu sistema de recomendação baseado em algoritmos, o qual analisa o comportamento de visualização de cada usuário (filmes assistidos, avaliações, tempo de visualização etc.), para sugerir filmes e séries personalizados. Isso contribui para uma experiência mais envolvente e mantém os usuários engajados na plataforma.
> Google Search: o algoritmo de classificação de páginas da web do Google, conhecido como PageRank, é uma das peças fundamentais do mecanismo de busca da empresa. Ele avalia e classifica milhões de páginas da web para fornecer resultados relevantes e precisos em resposta às consultas dos usuários.
> Algoritmos de reconhecimento facial: empresas como Facebook, Apple e Google usam algoritmos de reconhecimento facial em seus produtos, para identificar e marcar pessoas em fotos. Além disso, esses algoritmos são empregados em sistemas de segurança e controle de acesso.
> Algoritmos de precificação e roteamento: plataformas de transporte por aplicativo, como o Uber, utilizam algoritmos para calcular tarifas dinâmicas com base na demanda e na oferta, otimizar rotas para reduzir o tempo de viagem e aumentar a eficiência das corridas.
> Watson da IBM na área da saúde: o Watson, sistema de inteligência artificial da IBM, é usado na área da saúde para analisar grandes volumes de dados clínicos, ajudar no diagnóstico de doenças e sugerir opções de tratamento personalizadas.
> Algoritmos de reconhecimento de padrões em redes sociais: plataformas como Facebook, Twitter e Instagram utilizam algoritmos para identificar padrões de comportamento, preferências e conexões entre os usuários, para, então, personalizar feeds de notícias e recomendações de amizades e conteúdo.
> Algoritmos de tradução automática: ferramentas de tradução automática, como o Google Translate, utilizam algoritmos de aprendizado de máquina para traduzir textos entre diferentes idiomas, melhorando a precisão, com base em enormes conjuntos de dados.

Agora que você aprendeu sobre algoritmos, já tem certeza que a internet não tem nada de sobrenatural. É tudo ciência.

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